Eça de Queirós pronunciou-se, relativamente ao tema político, criticando a desordem que reinava no governo nacional. A seguinte citação queirosiana foi retirada d'O Distrito de Évora, tendo sido publicada no ano de 1867:
"Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações."
Tendo Eça sido uma figura de destaque na literatura e na crítica social, pronunciou-se relativamente ao carácter mediático do jornal e a sua influência na mentalidade da sociedade do século XIX. Assim sendo, apresentamos um excerto da autoria de Queirós, retirado d'A Correspondência de Fradique Mendes:
"Nas nossas democracias a ânsia da maioria dos mortais é alcançar em sete linhas o louvor do jornal. Para se conquistarem essas sete linhas benditas, os homens praticam todas as acções - mesmo as boas.
(...) Para aparecerem no jornal, há assassinos que assassinam.
(...) O jornal exerce todas as funções do defunto Satanás, de quem herdou a ubiquidade; e é não só o pai da mentira, mas o pai da discórdia."
No contexto religioso, encontrámos o seguinte excerto de Eça de Queirós, retirado d'A Correspondência de Fradique Mendes:
"Uma religião a que se elimine o ritual desaparece - porque as religiões para os homens (com excepção dos raros metafísicos, moralistas e místicos) não passam de um conjunto de ritos, através dos quais cada povo procura estabelecer uma comunicação íntima com o seu deus e dele obter favores."
Queirós, expoente e pioneiro na corrente realista nacional, revelou ser igualmente uma personagem analítica e crítica de uma sociedade e uma política atrasadas e de uma religião corrompida. Neste contexto, expomos o seguinte excerto, retirado de uma carta escrita por Eça a Joaquim de Araújo, datada de 25 de Fevereiro de 1878:
"O riso é a mais útil forma da crítica, porque é a mais acessível à multidão. O riso dirige-se não ao letrado e ao filósofo, mas à massa, ao imenso público anónimo. É por isso que hoje é tão útil como irreverente rir das ideias do passado: a multidão não se ocupa de ideias, ocupa-se das fórmulas visíveis, convencionais das ideias. Por exemplo: o povo em Portugal, nas províncias, não é católico - é padrista: que sabe ele da moral do cristianismo? da teologia? do ultramontanismo? Sabe do santo de barro que tem em casa, e do cura que está na igreja."
Eça de Queirós
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